Buenos Aires é uma cidade de contrastes intensos. Ao caminhar pelas suas ruas, encontrei o cotidiano se revelando nas pequenas cenas, nas expressões das pessoas, nas interações silenciosas e intensas que permeiam a vida urbana. A arquitetura da cidade, com seus edifícios de época e suas construções modernas, é um reflexo de sua história, uma fusão de culturas e tempos que se encontram e se transformam.

Mas Buenos Aires não é apenas um lugar de beleza visual. É uma cidade onde o protesto faz parte da sua identidade. Os gritos, os cartazes, os corpos que se aglomeram nas praças e avenidas são ecos de uma luta constante. Em cada protesto, vi o poder de uma população que não se cala, que usa as ruas para se manifestar contra as injustiças e exigir mudança. Esses momentos de tensão e de resistência se tornam parte da paisagem urbana, como se a cidade mesma fosse uma grande arena de diálogo e contestação.

Fui para capturar esses encontros, esse jogo entre o passado e o presente, a solidão e a convivência, a elegância e a decadência. Buenos Aires é uma cidade que respira história e, em suas ruas, a vida se desenrola com uma intensidade única, muitas vezes marcada por essas manifestações. Não me interessei pelos monumentos ou pelas imagens mais óbvias, mas pelos detalhes, pelos momentos fugazes, pela luz que se projeta nas fachadas, pela sombra que marca o corpo dos habitantes.

Cada fotografia que fiz ali é uma tentativa de entender o que pulsa naquela cidade — suas ruas, suas paredes, seus rostos e sua eterna luta por justiça. Porque a verdadeira Buenos Aires está no cotidiano, na simplicidade dos gestos e na grandeza silenciosa da sua arquitetura.

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