Paris é uma cidade onde o olhar se perde entre o grandioso e o banal. Eu fui para lá com minhas câmeras point and shoot, com um descompromisso técnico, mas com uma busca intensa por algo mais genuíno, mais verdadeiro. Essas câmeras, simples, quase descartáveis, me permitiram capturar a cidade sem a pressão da perfeição, da técnica. Elas têm algo de imediato, de autêntico, que muitas vezes é perdido nas máquinas mais sofisticadas. Há uma linguagem própria que emerge quando não se busca a perfeição, mas sim a verdade do momento.
Caminhei por lugares icônicos: a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, a Champs-Élysées, o Louvre... Mas meu olhar estava sempre voltado para o cotidiano, para o simples, para as curtas conversas nas esquinas, os gestos rotineiros, as curiosas arquiteturas que em Paris estão por toda parte. A cidade é repleta de histórias escondidas em seus detalhes mais humildes, e foi isso que busquei nas minhas imagens: a beleza do banal. Cada rua, cada esquina, revela uma memória, um fragmento da vida cotidiana que nos passa despercebido.
Fui até Giverny, onde conheci a casa de Monet, e, em Montmartre, senti a atmosfera única daquele bairro, onde o espírito boêmio e artístico ainda paira no ar. Mas, por mais que os grandes pontos turísticos e museus sejam imponentes, é no cotidiano que encontrei a verdadeira essência de Paris. O cheiro das ruas, o ritmo das pessoas, a etimologia dos nomes das avenidas... Tudo ali tem um significado, uma história que se desvela lentamente. Paris não é só a grandiosidade de seus monumentos, mas a história silenciosa que se conta nas calçadas, nos cafés, nas portas de lojas antigas.
Cada fotografia que fiz, cada imagem capturada com minha câmera simples, é um convite para ver o que está além do óbvio, para descobrir o que realmente dá vida a essa cidade.



































































































































