Passei algumas horas no Cais de Santa Rita, em Recife, e durante esse tempo, pude sentir a alma do lugar. O mercado, com sua atmosfera única, é um espaço onde a vida cotidiana se revela em cada esquina, em cada gesto. Há uma diversidade de cheiros que se mistura com as texturas dos produtos, um convite para perceber o que realmente importa para as pessoas que vivem ali. Cada canto do mercado carrega uma autenticidade que não é facilmente encontrada nas áreas turísticas, uma beleza crua, despretensiosa, mas cheia de história.

O comércio se organiza de maneira orgânica, com uma estética que não busca agradar aos olhos de um turista, mas que revela a força e a criatividade dos moradores locais. Há algo curioso e verdadeiro no modo como as barracas e lojas são montadas, na simplicidade de seus arranjos, mas que, paradoxalmente, carregam uma beleza única. Esse mercado não é visitado pela elite de Recife, e talvez seja justamente aí que reside sua força. Ele é um reflexo da cidade que vive fora das rotas turísticas, longe dos holofotes.

Ao conversar com os vendedores, percebi como o Cais de Santa Rita é um microcosmo de Recife: um lugar de resiliência, de trocas, de um cotidiano vibrante que, muitas vezes, passa despercebido aos olhos de quem está apenas de passagem. A fotografia que fiz ali não é apenas uma captura de um lugar, mas um retrato de uma vida que, embora distante das grandes avenidas, é profundamente rica e cheia de histórias. Cada imagem é uma tentativa de preservar a verdade do cotidiano, de mostrar o que muitos não vêem, mas que está lá, forte, vibrante e pulsante.

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